Sexual Dysfunction in Patients with Polycystic Ovary Syndrome: clinical and hormonal correlations

Objective: To investigate the sexual function of patients with Polycystic Ovary Syndrome
(PCOS) including the clinical and hormonal characteristics potentially related to sexual dysfunction, in an endocrinology and gynecology ambulatory.
Methodology: Women in ambulatory accompaniment for PCOS (N=88) were sequentially evaluated by means of the Arizona Sexual Experience Scale (ASEX) and the application of structured diagnostic interview MINI (version 4.4) for the identification of mood disorders. The clinical and laboratorial parameters were examined using the patient's medical records.
Results: The incidence of sexual dysfunction was verified (13.3%) and it was observed that the average ASEX score of (14.4 [SD: 3.7]) was comparable to the population with no medical problems. There is a negative correlation between the scores of ASEX and the levels of total testosterone (-0.360), LH (-0.397) and DHEA-S (-0.723).
Conclusion: As the main factors of preservation of the sexual function in our sample were identified as being, the low average age of the patients in treatment and the hyperandrogenism habitually found as a consequence of the physiopathology of PCOS.

Prevalence of psychiatric disorders in patients with polycystic ovary syndrome

Objective
To investigate the prevalence of psychiatric disorders among women in ambulatory treatment for polycystic ovary syndrome (PCOS) and to correlate its clinical and demographic aspects with mental disorders.
Methodology
Seventy-two patients in ambulatory treatment at the Endocrinal and Gynaecological Institute of the Federal University of Rio de Janeiro were evaluated using Diagnostic and Statistical Manual for Mental Disorders, Fourth Edition criteria by means of MINI (Mini International Neuropsychiatric Interview, version 4.4). Polycystic ovary syndrome was confirmed according to the ultrasonographic criteria of Adams and by clinical parameters.
Results
Forty-one patients (57%) presented at least one psychiatric diagnosis. Among them, the prevalence of mood disorder reached 78%. The most prevalent diagnostics were major depression (26.4%) and bipolar disorder (11.1%).
Conclusion
A high prevalence of mental disorders was observed, especially major depression and bipolar disorder. The data obtained regarding the relationship between PCOS and mood disorders in a Brazilian sample is in accordance with recent research findings in the same area.

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Disfunção Sexual na Depressão: Interações Ginecológicas e Psiquiátricas

Um grupo de 56 mulheres em tratamento para depressão foi simultaneamente avaliado quanto à função sexual, memória verbal, sintomas de depressão e ocorrências da história ginecológica.
Um elevado número de abortos entre mulheres com disfunção sexual foi observado, além de uma correlação entre maior número de abortamentos e maior intensidade dos sintomas sexuais disfuncionais. O grupo de mulheres com disfunção sexual apresentou pior desempenho da memória verbal, observado por um menor número de palavras evocadas e após 30 minutos do teste.
Observamos neste estudo a possibilidade de outros elementos, como a história de abortamento e piores desempenhos da memória verbal, estarem relacionados com a função sexual de mulheres em tratamento para depressão. Os achados não são conclusivos e merecem futura investigação.

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Como Diagnosticar e Tratar: Depressão na mulher

Resumo:
A especial atenção que é dada à mulher quando se aborda a depressão justifica-se primordialmente pela maior prevalência deste transtorno no sexo feminino. As pacientes com transtornos depressivos habitualmente freqüentam os serviços de atendimento médico primário. Pode-se dizer, então, que a depressão na mulher faz parte do cotidiano clínico do médico em geral. Apesar disso, menos da metade dessas pacientes recebe tratamento mínimo adequado. Reconhecimento e tratamento adequados dos casos não só contribuem para a prevenção de complicações e novos episódios depressivos como para uma melhor resposta aos tratamentos clínicos e maior adesão terapêutica. Sendo assim, o estudo da depressão na mulher nos parece fundamental para a boa prática médica. Descreveremos neste artigo os aspectos clínicos particulares da mulher e as relações entre a depressão e o ciclo de vida feminino.
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Depressão: Histórico, Clínica e Tratamento.

Relatos remotos fazem da depressão um dos transtornos de registro mais antigo da humanidade. Foi inicialmente denominada como melancolia (do grego μέλας "negro" e χολή "bilis") por Hipócrates (377 a.C.) que acreditava ser a causa desta doença um acúmulo da bile negra no baço dos enfermos. Este conceito persistiu por muitos séculos até o aparecimento das idéias de Galeno (c. 129 d.C.-c. 200 d.C.) que, pela primeira vez, atribuiu este mal ao cérebro. Durante a Idade Média, importante conotação religiosa foi atribuída à depressão, considerada como um “mal demoníaco”. Já na renascença, com o resgate da cultura clássica, a melancolia passa a ser novamente considerada como um mal humano, dando-se início ao desenvolvimento do paradigma atual.
A depressão é um problema freqüente e sua ocorrência na população em geral varia entre 3% e 11%. Entre pacientes em tratamento ambulatorial ou hospitalar para outras doenças médicas a ocorrência da depressão aumenta significativamente, podendo atingir um em cada três pacientes internados nos hospitais gerais. Este transtorno é 2 a 3 vezes mais freqüente em mulheres do que em homens e pessoas que possuem familiares acometidos apresentam uma maior chance de desenvolverem depressão.
O transtorno depressivo é um problema de saúde pública tão importante quanto a hipertensão arterial, o diabetes ou doenças pulmonares e o custo de seu tratamento é significativamente maior do que o de algumas doenças crônicas como demência de Alzheimer, câncer, osteoporose, hipertensão arterial e esquizofrenia.
A depressão tem grande tendência à recorrência e à cronicidade, especialmente se não corretamente tratada, o que lhe confere grande potencial de incapacitação para o trabalho e um grande número de dias no leito. A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que o transtorno depressivo represente a segunda maior causa de incapacitação até 2020.
Segundo a décima edição do Código Internacional de Doenças (CID-10), que é utilizada pelos médicos para o diagnóstico da depressão, este transtorno caracteriza-se necessariamente pela ocorrência quase diária e por mais de duas semanas de tristeza, desânimo e perda do prazer e do interesse por coisas habitualmente agradáveis para o indivíduo. Comumente observa-se ainda perda do apetite com emagrecimento, insônia, lentificação ou agitação, sensação de fadiga ou perda da energia, baixa auto-estima e idéias de culpa, dificuldades de concentração, pessimismo e idéias de suicídio nos casos mais graves.
Diante do diagnóstico de um episódio depressivo, preferencialmente realizado por um médico habilitado, diversos tratamentos estão disponíveis. As psicoterapias podem ser eficazes como único tratamento nos casos mais leves, mas entre indivíduos moderadamente ou gravemente deprimidos o uso de medicações é mandatório. O tratamento medicamentoso da depressão pode ser iniciado pelo médico do paciente ou da família ou pelo psiquiatra. Casos graves ou nos quais o tratamento se mostrou pouco efetivo devem ser conduzidos preferencialmente por um psiquiatra. As medicações de escolha para o tratamento são os antidepressivos mas os ansiolíticos (calmantes) são frequentemente associados. Diversos antidepressivos estão disponíveis atualmente no mercado e todos parecem ter eficácia semelhante. Porém, pacientes que não melhoraram com o uso de um antidepressivo podem mostrar-se responsivos a outro. Depois da escolha de um médico, é importante para se atingir a melhora que o paciente persista no tratamento já que todos os antidepressivos existentes levam cerca de 4 a 8 semanas para que sejam observados seus possíveis efeitos, assim como cada aumento de dose.
Como pudemos observar, a depressão é um transtorno comum, muito incapacitante e que tende a se tornar crônico se não for tratado. Atualmente existem recursos capazes de alterar a história natural desta doença mas que só podem se reverter em benefícios reais caso o paciente deixe seus preconceitos de lado e procure um profissional habilitado.

Depressão, Ansiedade e Sintomas da Menopausa.

A menopausa é conhecida como um período de alterações globais do corpo e da mente da mulher. Entre os sintomas psicológicos, o humor é uma das estruturas mais acometidas. Durante esse período, mulheres que tiveram um transtorno depressivo-ansioso ao longo da vida têm uma maior probabilidade de apresentarem outro episódio, enquanto outras podem sentir pela primeira vez insônia, irritabilidade, alterações de humor, ausência de desejo sexual e fadiga. Alguns desses sintomas fazem parte do índice de menopausa de Blatt- Kupperman (B-K), um dos instrumentos mais usados na prática clínica para quantificar os sintomas da menopausa e avaliar a evolução ao longo do tempo.
Além de serem queixas comuns na menopausa, os sintomas emocionais são as queixas mais freqüentes entre as mulheres brasileiras que procuram atendimento ginecológico. Em um levantamento domiciliar brasileiro que contou com 367 mulheres, Pedro e col. observaram que a intensidade dos sintomas psicológicos é positivamente relacionada com a procura por tratamento. Whitehead e col. também observaram que a gravidade da ansiedade, irritabilidade e “depressão” era o principal diferencial entre mulheres que procuram ou não algum tratamento. Esse viés na procura por tratamento pode levar a uma concentração de mulheres acometidas por um transtorno depressivo ou ansioso nos ambulatórios de ginecologia e menopausa.
Após observarmos a alta incidência de transtornos depressivo-ansiosos no ambulatório de menopausa do Instituto de Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro em estudo prévio, procuramos determinar, pela primeira vez em uma amostra ambulatorial brasileira, a provável forte influência dos diagnósticos psiquiátricos sobre os sintomas da menopausa presentes no B-K.
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Depressão e Ansiedade na Clínica de Menopausa.

A menopausa é dividida em duas etapas principais. A perimenopausa se caracteriza pela presença de ciclos irregulares ou com características diferentes dos ciclos observados durante a vida reprodutiva, tendo a última menstruação ocorrido há menos de 12 meses, e a pós-menopausa, pela ausência de menstruação por mais de 12 meses. A maioria das mulheres que atinge a menopausa não apresenta sintomas depressivos proeminentes. No entanto, uma prevalência maior do que a esperada de sintomas depressivo-símiles vem sendo observada entre essas mulheres. A transição para a menopausa parece agir como facilitadora e não como causadora dos sintomas do humor.
Poucos estudos brasileiros investigaram as características da população na menopausa em atendimento ambulatorial, e nenhum deles utilizou instrumentos diagnósticos para transtornos mentais, valendo-se apenas de escalas para a quantificação de sintomas comuns da menopausa, como o índice de Kupperman. Entre eles, estão Halbe e col., que, avaliando 1.319 pacientes no climatério, encontraram uma baixa prevalência de queixas emocionais (9,1% de nervosismo). Já em um estudo brasileiro mais recente, 254 mulheres em atendimento ambulatorial para a menopausa evidenciaram como sintomas mais prevalentes a irritabilidade (87,1%), artralgias e mialgias (77,5%) e melancolia (73,2%).
Observamos que os dados referentes à população brasileira são escassos e contraditórios. Pretendemos determinar a prevalência dos transtornos depressivoansiosos entre as mulheres atendidas em um ambulatório de menopausa e correlacionar a ocorrência do diagnóstico com fatores sociodemográficos, história psiquiátrica pessoal ou familiar e dados clínicos ginecológicos.
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